segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Moradores da Lagoa Verde denunciam empresa de incineração Ecoservice


Vereadores conversam com moradores do bairro Lagoa Verde


Na tarde de quinta-feira (21), os vereadores Aurélio Gomes (PT), Carlos Hermes (PCdoB), Marcos Aurélio (PCdoB) e Antônio José (DEM), a convite do vereador Richard Wagner (DEM) visitaram o Bairro Lagoa Verde, onde foi feita vistoria na região localizada próximo à empresa de incineração ECOSERVICE, denunciada pelos moradores de estar prejudicando as plantações locais e pondo em risco a saúde da população.

Sede da Ecoservice, no bairro Lagoa Verde. Foto: Júpiter


A empresa Ecoservice foi fundada em Imperatriz em janeiro de 2011. Oferece ao município serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos de saúde através da incineração. Segundo o diretor executivo da empresa, são incinerados cerca de 35 toneladas de resíduos a cada mês.


Impactos na saúde pública e no meio ambiente

         
Segundo estudos da Instituição France Libertès, a incineração de resíduos produz dois tipos de matérias residuais: os gazes e as cinzas/escórias, altamente tóxicos em sua grande maioria. São liberadas substâncias cancerígenas e tóxicas para a reprodução da vida, como as dioxinas, furanos e hidrocarbonetos.
Dessa forma, a incineração de resíduos, inevitavelmente  coloca em risco a saúde não apenas daqueles que trabalham nas usinas, como toda a sociedade em seu entorno, sem um limite seguro de distância, pois o vento e a poeira transportem a dioxina (uma das substâncias mais tóxicas liberadas pela incineração) com o passar do tempo. Em outros países, a exemplo da União Européia, já foi lançada uma política de eliminação das incineradoras.



Moradores do povoado "Mãozinha" denunciam Ecoservice

         Na comunidade visitada pelos vereadores, a realidade comprovada condiz com os estudos da instituição. Foi constatado que a água é imprópria para o consumo, apresentando aparência esbranquiçada e odor de produtos químicos. Em seguida, conversaram com os moradores, que denunciaram sofrer com a inalação de fumaça vinda da empresa. Relataram sentir forte odor de animais mortos durante a noite. Na empresa são incinerados produtos químicos e hospitalares. Além disso, expuseram a preocupação em relação à contaminação da vegetação. “Nós tememos até comer as frutas e verduras plantadas aqui, por conta da poluição”, explicou o morador Idelácio Gigante. Outros moradores, como o sr. Valmir Pereira Alves e Sra. Maria Ister Sousa Silva destacaram alguns sintomas de alteração coletiva na saúde  da comunidade, tais como vômito, diarréia, freqüentes dores de cabeça e olhos irritados.



O agricultor Leonardo Lima explica dificuldades depois da vinda da empresa

 “As plantações de verdura, legumes e hortaliças já não se desenvolvem mais, pois as plantas, ainda em fase de crescimento, de repente murcham e morrem”, afirmaram os agricultores do bairro, Fernando Sousa e Leonardo Lima. A moradora Maria das Dores enfatizou que em sua casa ninguém almoça ou janta tranquilamente, pois o odor de produtos químicos e animais mortos é muito forte.
A comunidade relatou ainda diversos casos de doenças que, segundo eles, antes da vinda da incineradora não eram comuns entre os moradores, como vômitos e dores de cabeça freqüentes. O filho do Sr. Claubir Porto, de aproximadamente 10 anos de idade, foi internado durante 40 dias e os médicos detectaram uma rara bactéria na criança, tendo causado uma grave infecção.



Matéria do Portal Do Minuto:

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