Vereadores conversam com moradores do bairro Lagoa Verde |
Na tarde de quinta-feira (21),
os vereadores Aurélio Gomes (PT), Carlos
Hermes (PCdoB), Marcos Aurélio (PCdoB) e Antônio José (DEM), a convite do vereador
Richard Wagner (DEM) visitaram o
Bairro Lagoa Verde, onde foi feita vistoria na região localizada próximo à empresa de
incineração ECOSERVICE, denunciada pelos
moradores de estar prejudicando as plantações locais e pondo em risco a saúde
da população.
Sede da Ecoservice, no bairro Lagoa Verde. Foto: Júpiter |
A empresa Ecoservice foi fundada
em Imperatriz em janeiro de 2011. Oferece ao município serviços de coleta,
transporte, tratamento e disposição final de resíduos de saúde através da
incineração. Segundo o diretor executivo da empresa, são incinerados cerca de
35 toneladas de resíduos a cada mês.
Impactos na
saúde pública e no meio ambiente
Segundo estudos da Instituição
France Libertès, a incineração de resíduos produz dois tipos de matérias
residuais: os gazes e as cinzas/escórias, altamente tóxicos em sua grande
maioria. São liberadas substâncias cancerígenas e tóxicas para a reprodução da
vida, como as dioxinas, furanos e hidrocarbonetos.
Dessa forma, a incineração de resíduos, inevitavelmente coloca em risco a saúde não apenas daqueles
que trabalham nas usinas, como toda a sociedade em seu entorno, sem um limite
seguro de distância, pois o vento e a poeira transportem a dioxina (uma das
substâncias mais tóxicas liberadas pela incineração) com o passar do tempo. Em
outros países, a exemplo da União Européia, já foi lançada uma política de
eliminação das incineradoras.
Moradores do povoado "Mãozinha" denunciam Ecoservice |
Na comunidade visitada pelos
vereadores, a realidade comprovada condiz com os estudos da instituição. Foi
constatado que a água é imprópria para o consumo, apresentando aparência esbranquiçada
e odor de produtos químicos. Em
seguida, conversaram com os moradores, que denunciaram sofrer com a inalação de
fumaça vinda da empresa. Relataram sentir forte odor de animais mortos durante a
noite. Na empresa são incinerados produtos químicos e hospitalares. Além disso,
expuseram a preocupação em relação à contaminação da vegetação. “Nós tememos
até comer as frutas e verduras plantadas aqui, por conta da poluição”, explicou
o morador Idelácio Gigante. Outros moradores, como o sr. Valmir Pereira Alves e
Sra. Maria Ister Sousa Silva destacaram alguns sintomas de alteração coletiva
na saúde da comunidade, tais como vômito,
diarréia, freqüentes dores de cabeça e olhos irritados.
O agricultor Leonardo Lima explica dificuldades depois da vinda da empresa |
“As plantações de verdura, legumes e
hortaliças já não se desenvolvem mais, pois as plantas, ainda em fase de crescimento,
de repente murcham e morrem”, afirmaram os agricultores do bairro, Fernando
Sousa e Leonardo Lima. A moradora Maria das Dores enfatizou que em sua casa
ninguém almoça ou janta tranquilamente, pois o odor de produtos químicos e
animais mortos é muito forte.
A comunidade relatou ainda
diversos casos de doenças que, segundo eles, antes da vinda da incineradora não
eram comuns entre os moradores, como vômitos e dores de cabeça freqüentes. O
filho do Sr. Claubir Porto, de aproximadamente 10 anos de idade, foi internado
durante 40 dias e os médicos detectaram uma rara bactéria na criança, tendo
causado uma grave infecção.
Matéria do Portal Do Minuto:
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